Maratona dos Cadeirantes reúne competidores no aniversário de THE
Segundo o idealizador do evento, Antônio Veras, o objetivo é integrar os deficientes entre si e com a sociedade, além de aumentar a autoestima
Foi realizada, na manhã desta sexta-feira (16), no bairro Planalto Uruguai, a 7ª edição da Maratona dos Deficientes Físicos Cadeirantes, que faz parte da programação de comemoração do aniversário de Teresina. Divididos em categorias em um percurso de pouco mais de 100m, os cadeirantes deram uma lição de superação e para chamar a atenção da sociedade para a realidade em que vivem.
A prova foi dividida em várias baterias. Tanto no masculino quanto no feminino, os competidores foram divididos entre paraplégicos (membros inferiores paralisados), tetraplégicos (membros inferiores e superiores paralisados) e paralisia infantil, que inclui os dois tipos de deficiência. O percurso de 120m foi delimitado em linha reta.
O evento, realizado desde 2006, é uma iniciativa de Antônio Veras, paraplégico há mais de 20 anos por conta de um acidente de trabalho. Durante muito tempo, ele se perguntava uma forma de poder ajudar aqueles que compartilhavam da mesma realidade, até que um dia apareceu a ideia de organizar a Maratona.
- Eu orava a Deus pedindo que me mostrasse um jeito de integrar as pessoas como eu, então pensei na Maratona. É uma forma de nos juntar e dar mais auto-estima, além de nos mostrar para a sociedade. Estamos aqui fazendo parte do aniversário de Teresina, mostrando que nós também fazemos parte da cidade – diz Antônio.
Superação
Percorrer 120 metros guiando ou puxando uma cadeira de rodas não é, nem de longe, o maior dos problemas para um cadeirante. Estar inserido em uma sociedade que muitas vezes finge não ver os problemas dos deficientes pode ser desafiador, mas em eventos como a Maratona dos Cadeirantes fica perceptível a garra que eles têm para superar estas questões.
Um exemplo disto é a jovem Ester Araújo, de 22 anos. Ela nasceu com miopatia congênita, problema genético que a fez perder a força dos músculos gradativamente, até ficar tetraplégica aos 11 anos. Isso não a impede de seguir sua vida como qualquer jovem, estudante de administração e a procura de uma vaga no mercado de trabalho.
- Eu estou bem ativa dentro da sociedade, procuro isso ao máximo. Eventos como estes servem para chamar a atenção para os nossos problemas. Aqui em Teresina temos um problema muito grande com falta de acessibilidade – afirma.
Representantes da prefeitura de Teresina, que estiveram presentes na maratona, garantem que para o próximo ano estão estudando transferir o evento para um local mais adequado e aumentar o número de participantes.
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