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domingo, 11 de setembro de 2011

COPA AMÉRICA DE BASQUETE


Marcelinho rói o osso por 12 anos e vira herói no caminho para Londres

Cestinha do jogo decisivo contra a Dominicana, ala do Flamengo chora ao ser homenageado por Huertas e é apontado como mentor na seleção brasileira


Marcelinho Machado Brasil x Dominicana Copa América de basquete (Foto: EFE)Marcelinho Machado no jogo decisivo contra a Dominicana (Foto: EFE)
Aos 36 anos, é hora de estrear. Para quem rói o osso há mais de uma década na seleção, Marcelinho Machado finalmente ganhou a chance de fazer o que sempre quis: jogar as Olimpíadas. E a ficha foi caindo aos poucos na noite de sábado, quando o Brasil bateu a República Dominicana em Mar del Plata e quebrou um jejum de 15 anos para se classificar a Londres-2012. Apontado como vilão em diversos momentos da carreira, foi ele o cestinha do jogo decisivo. Sentado à mesa da entrevista coletiva pouco após a partida, ele não conseguiu segurar as lágrimas quando o xará Huertas, ao seu lado, começou a falar:
- Por mais que eu seja a voz do Rubén Magnano dentro da quadra, devo muito a esse cara que eu tenho aqui do meu lado. Desde que cheguei à seleção, há oito anos, o tratamento que ele tem com todos os jovens é incrível. Muita gente critica sem saber quem é o Marcelinho Machado. Apesar de não ser o capitão, é o cara que tem a maior experiência. Devia ser muito mais respeitado. Tenho que agradecer por tudo que ele fez por mim – disse Huertas, àquela altura aplaudido por todos os companheiros que estavam à sua volta, e com o veterano chorando sem parar.
Tem um ano para passar até as Olimpíadas, tem um ano para acontecer muita coisa. Ninguém tem lugar cativo em seleção brasileira. Este grupo merece tudo, mas daqui a um ano a gente não sabe. Quanto às Olimpíadas do Rio, eu vou estar lá sim, moro no Rio, sou carioca. Minha casa tem vista para a Arena da Barra, então vou ficar lá torcendo"
Marcelinho Machado
Em 2008, quando o Brasil perdeu para a Alemanha a vaga em Pequim, Marcelinho quis parar. Estava conformado com o fato de que encerraria a carreira sem disputar Olimpíadas. O bom rendimento no campeonato nacional o fez seguir em frente. E lá estava ele em seu quarto Pré-Olímpico, agora numa função diferente, saindo do banco como peça de confiança de Magnano.
Fominha não só nos arremessos, mas na obsessão de vestir a camisa do Brasil, o carioca já é alvo de brincadeira de todos os companheiros, até de Alex, que ele costuma enfrentar ferozmente nos duelos entre Flamengo e Brasília no NBB.
- Eu vou ter 36 anos nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, não vai dar mais para mim. Mas o Marcelinho vai ter 41 e vai jogar, com certeza – brincou Alex antes da entrevista coletiva, ainda na zona mista de imprensa do ginásio Ilhas Malvinas.
O decano da seleção nem liga para as brincadeiras. Ele mesmo fala sério e faz piada na mesma resposta, ciente de que não tem vaga cativa sequer para Londres, mas que vai estar perto do time no Rio.
- Tem um ano para passar até as Olimpíadas, tem um ano para acontecer muita coisa. Ninguém tem lugar cativo em seleção brasileira. Este grupo merece tudo, mas daqui a um ano a gente não sabe. Quanto às Olimpíadas do Rio, eu vou estar lá sim, moro no Rio, sou carioca. Minha casa tem vista para a Arena da Barra, então vou ficar lá torcendo – avisou o ala rubro-negro.
Entrevista coletiva Brasil Copa América de basquete (Foto: Rodrigo Alves/GLOBOESPORTE.COM)Marcelinho (à esquerda) se emocionou na entrevista coletiva (Foto: Rodrigo Alves/GLOBOESPORTE.COM)
As críticas que recebeu ao longo da carreira, muitas vezes pelo estilo individualista e o excesso de chutes de três pontos, essas ele sempre guardou como combustível. Com a chegada de Moncho Monsalve em 2008 e depois de Rubén Magnano em 2010, mudou seu modo de atuar. Passou a defender mais e controlar os arremessos. E voltou a dar suas punhaladas fatais em quadra no momento em que a seleção precisou, com cinco bolas de longa distância no sábado.
- Você tem que buscar sempre o sucesso. Às vezes ele não vem, às vezes ele vem. A gente abdicou de muita coisa nestes dois meses, é a entrega de todos. Estou muito feliz. É uma vitória de todo mundo que joga basquete no Brasil, todo mundo que sofreu com a gente, que torceu pela gente. Sentimos muita força vindo de fora, isso somou muito. Tinha muita gente torcendo – afirmou.
Até Magnano, que não é muito de brincadeiras públicas, guardou uma frase para o veterano. Ao comentar sobre a versatilidade do grupo, soltou:
- Temos uma mistura muito interessante aqui, com jogadores jovens... e outros não tão jovens – disse, olhando para Marcelinho com um sorriso irônico no rosto, arrancando risadas.
Àquela altura, Machado não chorava mais. Tudo era festa.
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