Nutricionista Cristiane Perroni explica que o excesso de gordura abdominal pode ter relação com doenças, lista os responsáveis e ensina como prevenir esse acúmulo
Mais do que questão estética, a barriguinha pode ter relação à existência de doenças (Getty Images)
A barriga é um problema para muita gente e é motivo de
insatisfação até mesmo entre aqueles que fazem exercícios físicos diariamente. Porém,
mais do que estética, o excesso de gordura abdominal pode estar relacionado à resistência
à insulina, diabetes, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, hipertensão
arterial e alguns tipos de cânceres, como o de mama, ovário e de endométrico.
De acordo com a nutricionista Cristiane Perroni, a localização central de
gordura visceral é influenciada por vários fatores como: sexo, genética, idade,
sedentarismo, fatores hormonais, tabagismo, ingestão alimentar e de bebida
alcoólica.Mas você sabe quais são os responsáveis por esse acúmulo de gordura na região abdominal? Cristiane Perroni identificou os quatro maiores vilões e explicou por que você deve evitar ou limitar o consumo deles. Veja a lista elaborada pela profissional:
Com moderação pode? Veja quantas calorias possui cada bebida alcoólica
Bebida alcoólica
Álcool em excesso pode ter relação com aumento da barriga (Foto: Getty Images)
Estudos científicos mostram que a ingestão de até 30g de
álcool não está associada ao aumento da circunferência abdominal. Entretanto,
ingerindo acima de 48g de álcool há correlação positiva com acúmulo de gordura na região.
Portanto, não existe “barriga de cerveja ou chopp", mas existe o aumento da circunferência abdominal
pela ingestão excessiva de qualquer tipo de bebida alcoólica, seja ela destilada ou fermentada.Açúcar branco/ refinado:
Consumo de açúcar em excesso eleva a glicose sanguínea (Foto: Getty Images)
Quando ingerimos açúcares refinados que apresentam maior
índice glicêmico, há elevação da glicose sanguínea, estimulando o pâncreas a
liberar insulina. Com o consumo elevado de açúcares, haverá grande quantidade
de insulina na corrente sanguínea e armazenamento do excesso na forma de
gordura. A liberação cada vez maior de insulina para a corrente sanguínea pode
gerar resistência à insulina (a insulina em excesso não funciona bem) e, a
longo prazo, diabetes. Exemplo de alimentos que contêm muito açúcar são
sucos de caixa, refrigerantes, sobremesas, entre outros.Cereais refinados
Arroz branco é pobre em fibras, vitaminas e minerais e rico em açúcares (Eu Atleta | Arte Info)
Cereais matinais ricos em açúcares ou a base de milho, arroz
branco e macarrão são pobres em fibras, reduzidos em vitaminas e minerais e
ricos em açúcares. Assim como o açúcar branco refinado acarretam grande
estímulo insulínico ocorrendo elevação da glicose sanguínea, estimulando o
pâncreas a liberar insulina. Quando consumidos em grande quantidade e não há
equilíbrio entre ingestão e gasto energético através da prática esportiva, são
estocados na forma de gordura no tecido adiposo.Gordura Trans
Comidas estilo "fast-food" são ricas em gordura trans (Foto: Getty Images)
Resulta do processo natural de bio-hidrogenação ou do processo
industrial de hidrogenação parcial ou total de óleos vegetais. A principal
fonte de gordura trans na dieta é a gordura vegetal hidrogenada (por exemplo, a
margarina) utilizada industrialmente na produção de biscoitos, bolachas recheadas,
empanados, comida congelada, sorvetes cremosos, tortas e alimentos “fast-food”.
O principal efeito metabólico dos ácidos graxos trans em relação às doenças cardiovasculares é a elevação do colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e redução da lipoproteína de alta densidade (HDL). Observa-se também a elevação dos triglicerídeos plasmáticos e prejuízo da sensibilidade à insulina.
De acordo com a legislação no Brasil, a ingestão de gordura trans deve ser inferior a 1% do valor energético diário, e a OMS preconiza sua exclusão nos alimentos industrializados. É obrigatória a notificação da gordura trans na rotulagem de produtos.
Veja as dicas da nutricionista para prevenir e reduzir acúmulo de gordura abdominal:
- Controle o peso
- Pratique exercícios físicos (pelo menos 150 minutos por semana)
- Evite alimentos com alto índice glicêmico
- Tenha um estilo de vida ativo
- Abandone o tabagismo
- Evite ou diminua a ingestão de bebida alcoólica
- Modifique hábitos alimentares, aumentando o consumo de alimentos integrais; ingerindo cinco porções diárias de frutas , verduras e legumes; reduzindo o tamanho das porções; evitando frituras e alimentos cremosos; reduzindo o consumo de açúcares; variando a alimentação e montando pratos coloridos; dividindo o prato em ½ hortaliças A e B (verdura e legumes) + ¼ proteína magra + ¼ cereais ou hortaliça C.
Prática diária de exercícios físicos é fundamental para evitar o acúmulo de gordura abdominal (Foto: Getty Images)
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