Em reviravolta surpreendente, time paulista sai de um revés de 2 a 0 para vencer por 3 a 2, avançando para as semifinais do NBB e calando ginásio completamente lotado
Casa cheia, torcida empurrando... De nada adiantou. Frio e concentrado, o Pinheiros mostrou-se mais uma vez o time da virada no Novo Basquete Brasil, triunfando e eliminando o Flamengo em duelo de tirar o fôlego, na última bola. Pelas mãos de Holloway, os paulistas calaram o Ginásio do Tijuca, venceram pela terceira vez seguida, a segunda no Rio de Janeiro, e saíram de um revés de 2 a 0 para virar para 3 a 2, vencendo por 78 a 75 diante do atual tetracampeão do NBB. Não bastasse a virada fenomenal nas quartas de final contra o primeiro colocado na fase regular, a reviravolta é ainda mais gigante. Dominante no basquete brasileiro desde a temporada de 2012, o Rubro-Negro fica pela primeira vez fora das semifinais do torneio.
É a quarta vez na história que o Pinheiros sai de um 2 a 0 para virar para 3 a 2 na história do NBB. Coincidentemente, o técnico José Neto já sofreu com isso na temporada de 2011/12, quando dirigindo o Joinville, abriu 2 a 0 contra os pinheirenses e tomou a virada. Nas semifinais, um duelo de São Paulo. A partir de segunda-feira, Bauru e Pinheiros decidem uma vaga na decisão do NBB 9.
Com 25 pontos, Olivinha foi o cestinha do jogo. Ele ainda pegou nove rebotes. No Pinheiros, Holloway anotou 18 e Bennett 13. O jogo coletivo funcionou, Ansaloni anotou dez, e Renan e Neto outros 11 pontos cada um. Teichmann foi o reboteiro com 11. No Flamengo, JP Batista acabou o jogo com 13 pontos, Marquinhos anotou dez, e Marcelinho, nove.
A virada começou a se desenhar no jogo 3, no ginásio do Tijuca. O Flamengo vencia a série por 2 a 0, e o clima era completamente favorável. Sem se importar com isso, porém, os paulistas venceram e voltaram para casa com a moral lá em cima. Em São Paulo, no jogo 4, com grande atuação de Holloway, que anotou 32 pontos, venceram de novo e vieram para o Rio de Janeiro com a autoestima elevadíssima. Minutos antes da bola subir no jogo 5, era possível notar um Flamengo muito mais carregado emocionalmente, enquanto os comandados de César Guidetti exibiam semblante bem mais leve. /s.glbimg.com/es/ge/f/original/2017/05/05/fla_pin_fla.jpg)
Holloway e Marquinhos travam batalhaNo primeiro minuto da partida, a atmosfera já era de jogo 5. Após a segunda falta marcada a favor do Pinheiros, o banco do Flamengo reclamou muito e José Neto levou falta técnica. O lance desestabilizou o Rubro-Negro, que falhou nos três ataques seguintes e viu o Pinheiros abrir 8 a 2 em três minutos. Sentindo a necessidade de jogar junto, a torcida levantou. E com quatro bolas de três, de Ronald Ramón e Olivinha (três vezes), os cariocas se arrumaram, virando para 16 a 14. Diferentemente dos outros quatro encontros, desta vez as equipes não desistiam de bola alguma, se atirando no chão repetidas vezes. Numa delas, o Flamengo roubou a posse e cravou com Rollins no contra-ataque, colocando fogo no Tijuca e vencendo o quarto por 23 a 21.
O ritmo não voltou diferente no segundo quarto. Era impossível piscar. Olivinha chegou aos 16 pontos com quatro bolas de três. Marquinhos meteu uma em rápido contra-ataque, mas o Pinheiros era eficiente do perímetro com Teichmann e Gemerson e não deixava o Rubro-Negro abrir: 30 a 26. Melhorando a defesa, os paulistas forçaram o Flamengo ao erro. E com cinco pontos seguidos, em bola de três de Neto e na cravada de Holloway, colaram em 36 a 35 na metade do quarto. Estacionado, o time da casa deu a virada para o Pinheiros com Mathias no tapinha, e seguia sofrendo com os rebotes ofensivos do rival. Na última bola do quarto, contudo, JP, na bandeja, levou o Fla para o vestiário com vitória por 44 a 41.
Na volta do intervalo, o Flamengo logo teve que abrir mão de Marquinhos, que cometeu sua terceira falta e foi para o banco. Sem seu cestinha na temporada, o Rubro-Negro deu quadra para Holloway. O americano chegava ao 13º lance livre com 100% de aproveitamento, empatando o jogo em 49 a 49 com quatro minutos jogados. Na arquibancada, o barulho do primeiro tempo deu lugar ao silêncio após bola de três de Renan e a virada paulista: 52 a 49. Sentindo novamente o momento ruim do time, a torcida se inflamou. Olivinha de três e JP Batista com cesta e falta, esfriaram a bola de três de Renan, mas o Pinheiros vencia por 59 a 57. Frio e concentrado, Bennett foi para duas infiltrações seguidas e os visitantes abriram a maior vantagem até então: 63 a 57. Vencendo o período por sete pontos, o Pinheiros chegou ao último na frente por 65 a 61.
O último quarto significava os dez minutos derradeiros para uma das equipes. E começou com o Pinheiros melhor, colocando 69 a 62 nos dois primeiros minutos. O caldeirão fervia, e o Flamengo levou a segunda falta técnica, novamente para o banco, por reclamação após lance com Ansaloni. Os paulistas se aproveitaram da situação e no contra-ataque seguinte, com Bennett, fizeram 72 a 65, faltando sete minutos. Em bola para dois, Holloway colocou nove pontos de frente e poderia ter colocado mais, não fosse o toco de Marquinhos no melhor estilo LeBron James. Na sequência, ele cravou e ferveu o Tijuca: 74 a 67.
No momento crucial do jogo 5, o Flamengo e Pinheiros erraram demais, mas o rebote ofensivo era sempre paulista. Faltando 1min50s, Olivinha, na bandeja, tornou o ginásio um caldeirão, trazendo para 74 a 73, vantagem mínima para o Pinheiros. No minuto final, Marquinhos desperdiçou bola de três e a posse era dos paulistas. Bennett, no tapinha, colocou para dentro após passe de Holloway, com 38 segundos por jogar: 76 a 73. Marcelinho, em dois lances livres, diminuiu de novo. Na posse paulista, Olivinha pediu falta de Ansaloni. A arbitragem não deu. E na sequência Renan foi para dois lances livres e acertou os dois, fazendo 78 a 75. O Fla ainda teve a última chance. Arremessou para três com Marquinhos (2x) e Fischer, mas falhou, e acabou eliminado com a derrota por 3 a 2.