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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

MOTOCICLISMO: NOVA BRIGA ENTRE YAMAHA X HONDA PROMETE ESQUENTAR OS MOTORES.

Honda CBR 650F enfrenta a Yamaha XJ6 F

Caro leitor, cansamos de fazer comparativos entre motos de 600 cm³, em que a potência extra sempre levava vantagem no resultado da avaliação. Mas o ‘paladar’ do consumidor para motos foi mudando aos poucos. Entenderam que motos econômicas também podiam atender suas necessidades e assim a CB 600F Hornet foi perdendo terreno na categoria.
Yamaha XJ6 F
 A Honda precisava urgentemente encontrar uma saída para voltar a liderar o segmento. Assim nasceu a CB 650F e a CBR 650F. Elas deveriam ser competitivas frente à concorrência – tanto no preço quanto na potência – com a excelente e fácil ciclística Honda e ainda se enquadrar às leis.
Honda CBR 650F
A Kawasaki com a ER6 N  e Ninja 650 e a Yamaha com as XJ6, pelos preços abaixo de R$ 30 000, vinham em crescente evolução, e as Hornet em pequena, porém constante decadência. Afinal de contas, como cilindrada ainda é um grande apelo de venda no Brasil, as Hornet deixaram de ser rivais de outras 600/650 para encarar – pelo preço e pela potência – motos de 800 cm³, como a BMW F 800R e a Kawasaki Z800; a Honda precisava encontrar uma saída, oferecendo um produto tão bom e mais barato.
Com a CBR 650F a marca conseguiu uma moto com os mesmos recursos da Yamaha XJ6 F e evidentemente voltou ao páreo das médias. Médias? Isso mesmo, apesar de a Honda considerar que as 500 atuais são de alta cilindrada, nós ainda achamos que até 750 cm³ ainda é média, mas não vamos discutir isso agora.
Resumidamente, como a Yamaha fez quando extinguiu a FZ6 e introduziu a XJ6, a Honda fez a mesma coisa agora. O quadro de alumínio da Hornet / CBR 600F deu lugar a um de aço, a suspensão dianteira com bengalas invertidas deu lugar a bengalas convencionais (sem regulagens) e os links da balança traseira — um sistema de que a Honda tanto se orgulha — foi para o espaço, e agora o amortecedor é fixado diretamente na balança. Tudo exatamente como na XJ6 N e na XJ6 F desde que foram lançadas.
Em vermelho, a suspensão traseira da XJ6 F e em cinza, a da CBR 650F
Até a saída de escape curtinha embaixo da moto saiu da mesma linha de pensamento, apesar de estar mais requintada na Honda. E funciona? Sim, muito bem. Motos urbanas vendem mais que esportivas e, assim, agradar quem vai usar a moto no dia a dia em vez de se preocupar com performance em pista é a receita para o sucesso.
Pensando assim, o tetracilíndrico da CBR 650F gera apenas 87 cv, mas tem 6,4 kgf.m de torque máximo a 8 000 rpm. Menos potência que a CB 600F Hornet, mas 10,0 cv a mais que a XJ6 F e um pouco mais de torque disponível  500 rpm antes. Na prática, se a XJ6 F é melhor em baixa que a antiga Fazer 600, você vai se impressionar com a excelente resposta e a força abundante em baixas rotações que a Honda CBR 650F entrega.
Painel da Honda CBR 650F
A eletrônica apurada do motor da Honda e o belo trabalho realizado com mais curso dos pistões deixaram esse quatro em linha com “pegada” de V2. Não é preciso subir o giro para sentir o motor Honda responder. Basta virar o tubo do acelerador.
 Já na XJ6 F, de 1 500 rpm até 6 000 rpm as coisas são lentas, nem parece uma 600. Só depois dos 8 000 rpm é que sentimos onde está a força do tetracilíndrico da Yamaha. As posições de pilotagem também são diversas. Na XJ6 F, que tem guidão único fixado em cima da mesa, você fica mais sentado, com as pernas bem dobradas e o tanque de combustível bem mais alto na região da cintura.
O desenho do painel da XJ6 F deriva da extinta Fazer 600
Já na CBR você fica mais em cima do banco, o tanque parece mais raso e ela conta com semiguidões instalados em cima das bengalas. As duas contam com borrachinhas nas pedaleiras e grandes contrapesos nas extremidades do guidão. Vibração quase zero. Apesar do quadro de aço e do amortecedor sem links, não sentimos qualquer problema quando pilotamos dentro da cidade.
As duas motos são leves e fáceis de pilotar entre os carros. São bem estreitas também, mas os espelhos fixados nas carenagens não colaboram. Na autoestrada, as bolhas apenas auxiliam se você se curvar um pouco com as costas e abaixar a cabeça.
A balança traseira é uma das pontos que mostra a diferença de idade dos projetos. Abaixo, a bela balança da Honda
 Na posição normal, com as costas eretas, elas não servem para muita coisa. Todos os comandos são fáceis e macios. O freio da Honda é um pouco mais sensível, exigindo menos força dos dedos que o da Yamaha. Poderia assustar em piso molhado se não fosse o ABS. Na XJ6 F ele se mostrou mais progressivo, um pouco “borrachudo”, mas o ABS é eficiente, pode confiar.
Com paralama vermelho, a roda dianteira da XJ6 F e ao lado, o conjunto da CBR 650F
A CBR vem equipada com pneus Dunlop D222 e a XJ6 F com Metzeler Roadtec. No teste, sentimos certa superioridade dos Dunlop quando usados no limite de inclinação, e mais conforto dos Metzeler na cidade, mas vale ressaltar que na XJ6 F o traseiro é 160 e na CBR é 180.
 Nenhuma delas conta com regulagens na suspensão dianteira e ficou nítido como a Yamaha é mais macia, com total vocação urbana, e a Honda é um pouco mais durinha. Resumidamente, é mais um quesito, além do pneu mais largo, que ajuda na estabilidade em altas velocidades.
Nas curvas, a Honda CBR 650 F supera a Yamaha XJ6 F
Em curvas sucessivas que pedem uma tocada mais esportiva, a Honda mostrou-se mais estável. Quanto ao engate das marchas, nenhuma delas pede pilotos experientes ou botas duras. As marchas entram com extrema facilidade, sincronismo e maciez. Lembre-se que a Yamaha é mais elástica e pede giros altos, enquanto a Honda tem primeira, segunda e terceira bem mais curtas.
Na prova de consumo urbano, a CBR foi um pouco mais econômica, marcando 19,8 km/l enquanto a XJ6 F marcou no mesmo percurso 17,9 km/l. A Yamaha com ABS é cerca de 10 kg mais pesada e também tem 10,0 cv a menos.
Os preços são semelhantes. Qual você leva para passear?
Conclusão
A XJ6 F é uma moto excelente. Caiu no gosto dos brasileiros por se tratar de uma tetracilíndrica, carenada, com preço atraente. Fácil na cidade e uma delícia na estrada. Porém a Honda teve tempo de corrigir e melhorar alguns aspectos. Demorou um pouco, mas quando resolveu, fez melhor. A CBR 650F é mais potente, atualizada e com o preço equivalente. Se a XJ6 F tivesse 50 cm³ a mais...
Resultado do comparativo
1º) Honda CBR 650F
2º) Yamaha XJ6 F

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