DIA DA MULHER por melhores condições de vida e trabalho
O
 Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem 
as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e 
trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra 
Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. 
Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde 
os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no 
contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e 
trabalho, bem como pelo direito de voto.

 
 O Dia Internacional das Mulheres e a data de 8 de março são comumente 
associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemoração.
 O primeiro deles seria uma manifestação das operárias do setor têxtil 
novaiorquino ocorrida em 8 de março de 1857 (segundo outras versões em 
1908). O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica têxtil ocorrido
 na mesma data e na mesma cidade. Não existe consenso entre a 
historiografia para esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que 
gerou mitos sobre esses acontecimentos.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.
Nos
 países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente 
recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na 
atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu 
parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e 
comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender emvocar
 o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam 
distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em
 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em 
dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações
 Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
A
 ideia da existência do dia Internacional da Mulher surge na virada do 
século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira 
Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em
 massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente 
insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte 
dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em
 várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911)
 e São Petersburgo (1913).
O
 primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro 
de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da 
América , em memória do protesto contra as más condições de trabalho das
 operárias da indústria do vestuário de Nova York.
Em
 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em 
Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada 
proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia 
internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.
Membros da Women’s International League for Peace and Freedom, emWashington, D.C., 1922.
No
 ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de 
março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha
 e Suíça.
Poucos
 dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle 
Shirtwaist mataria 146 trabalhadores – a maioria costureiras. O número 
elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do 
edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova 
Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a 
morte das trabalhadoras daTriangle se tenha incorporado ao imaginário 
coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente 
considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.
Em
 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual 
Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma 
conferência sobre a mulher.
Na
 Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim 
da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo 
calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a 
fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na 
Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na 
Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de
 fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas 
ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as 
operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram 
delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a
 greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ 
viria a inaugurar a revolução”.
 
   
Após
 a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai 
persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período 
soviético, permaneceu como celebração da “heróica mulher trabalhadora”. 
No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e 
tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor 
pelas mulheres – uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do 
Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às 
mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na 
Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
Protesto do grupo feminista FEMEN no Dia Internacional da Mulher.
Na
 Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 – 
1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ 
(Mezinárodní den žen, “Dia Internacional da Mulher” em checo) era então 
usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as 
mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular 
políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia 
Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, 
as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi 
gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo 
ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito 
original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União 
Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do 
antigo regime.
 
 
No
 Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as 
décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só
 foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, 
afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. A data mantém hoje 
relevância internacional, e a própria ONU continuava a dinamizá-la, como
 sucedeu em 2008, com o lançamento de uma campanha, “As Mulheres Fazem a
 Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de género no 
tratamento de notícias na comunicação social mundial. 
MAIS HSTÓRIA
História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de 
março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas 
das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação 
política das mulheres...
 
Poster alemão de 1914 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conclama o direito ao voto feminino. 
8 de março: Dia Internacional da mulher
No Dia 8 de março de 1857, operárias de 
uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova 
Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a 
reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga 
diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de 
trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres 
chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o 
mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de 
trabalho.
A manifestação foi reprimida com total 
violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi 
incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato 
totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca,
 ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da 
Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas 
somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada 
pela ONU (Organização das Nações Unidas). 
Objetivo da Data 
Ao ser criada esta data, não se 
pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se 
conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da 
mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe
 um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo 
com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários 
baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história. 
Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro 
de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi 
instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos 
anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas 
para cargos no executivo e legislativo. 
Marcos das Conquistas das Mulheres na História 
- 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres. 
- 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos. 
- 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres. 
- 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
- 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs. 
- 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.
- 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.
- 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina. 
- 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças. 
- 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina.
- 1893 - a Nova Zelândia torna-se o 
primeiro país do mundo a conceder direito de voto às mulheres (sufrágio 
feminino). A conquista foi o resultado da luta de Kate Sheppard, líder 
do movimento pelo direito de voto das mulheres na Nova Zelândia.
- 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres.
- 1951 - a OIT (Organização 
Internacional do Trabalho) estabelece princípios gerais, visando a 
igualdade de remuneração (salários) entre homens e mulheres (para 
exercício de mesma função).