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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

MUNDIAL DE FUTSAL NA COLÔMBIA COMEÇA DOMINGO.

Falcão, peso da camisa e renovação: os motivos para crer no octa do Brasil

Campeã mundial em 1982, 1985, 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012, seleção brasileira inicia caminhada na Copa do Mundo da Colômbia no domingo, quando pega a Ucrânia

Campeã mundial em 1982, 1985, 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012, a seleção brasileira de futsal inicia a caminhada rumo ao octacampeonato mundial no próximo domingo, na Colômbia, quando enfrenta a Ucrânia em Bucaramanga pela primeira rodada do grupo D. Com um elenco que mescla jogadores consagrados como Falcão, Tiago e Ari com ícones da nova geração comoBateria, Dyego, Jackson e Dieguinho, o Brasil aposta também no peso da camisa, na boa preparação física e na união diante das dificuldades enfrentadas pelo futsal brasileiro como trunfos para conquistar mais um caneco da Copa do Mundo. Veja os motivos para crer no octa:
Seleção brasileira de futsal treino Mundial 2016 (Foto: Adolfo Pegoraro/Divulgação)Foto oficial da seleção brasileira antes do embarque para a Colômbia (Foto: Adolfo Pegoraro/Divulgação)


ÚLTIMO MUNDIAL DE FALCÃO

Aos 39 anos, Falcão voltou atrás na decisão de não disputar mais uma Copa do Mundo para tentar despedir-se de Mundiais com o seu terceiro título. Mesmo com a idade avançada, o melhor jogador de futsal de todos os tempos segue fazendo a diferença por conta da habilidade acima do normal e da inteligência. Em junho, o camisa 12 levou a sua equipe, o Sorocaba, ao inédito título Mundial Interclubes. Era o único troféu que faltava na galeria de conquistas do camisa 12.
Falcão Brasil Cuba amistoso futsal (Foto: Luis Domingues/CBFS)Falcão vai jogar o seu último Mundial: ele espera conquistar o 3º título pessoal (Foto: Luis Domingues/CBFS)
- Em algum momento eu queria ficar com aquela história de 2012, mas sou movido a desafios. Deus me deu o privilégio de estar jogando em alto nível aos 39 anos, então me perguntei por que não jogar mais uma Copa do Mundo? A última teve uma história bacana, mas eu joguei apenas 27 ou 28 minutos, então agora eu quero desfrutar, jogar todos os jogos e quem sabe continuar fazendo história - disse Falcão, vencedor da Bola de Ouro Fifa em 2004 e 2008.
TRADIÇÃO BRASILEIRA

Dos dez Mundiais de futsal realizados até aqui (sete pela Fifa e três pela Fifusa), apenas três não tiveram o Brasil como campeão, sendo que duas vezes (1988 e 2000) a seleção canarinho ficou com o vice-campeonato e na outra (2004) ficou em terceiro. Apesar do crescimento de diversos outros países, o Brasil segue absoluto como o mais vitorioso do futsal. A Espanha, maior rival dos brasileiros, é apenas bicampeã mundial (2000 e 2004). Prova do domínio verde-amarelo é que 25 brasileiros (22 jogadores e três técnicos) estarão em ação por outras seleções nesta Copa do Mundo. Se tradição não ganha jogo, ao menos impõe respeito.
Brasil campeão mundial de futsal 2008 (Foto: Foto-net/Fifa)Brasil conquistou o Mundial de 2008 ao vencer a Espanha nos pênaltis no Maracanãzinho (Foto: Foto-net/Fifa)
- Fico muito orgulhoso com a possibilidade de ganhar três Mundiais, principalmente pela dificuldade. Em 2008 eu era o mais novo daquele grupo e estava bastante nervoso, principalmente por ser no Brasil. Eu lembro bem, era o mais novo, e os caras como o próprio Falcão, Schumacher, Vinícius e Lenísio, usaram a experiência para me acalmar. 
No Brasil temos excelentes jogadores, mas estamos vendo nos treinos que a escolha deste grupo foi acertada. Estamos com muita vontade de vencer, eu mais ainda para buscar esse tricampeonato - comentou o fixo Ari.
UNIÃO EM TORNO DE UMA CAUSA

Desde o fim do último Mundial, o futsal brasileiro iniciou uma grave crise político-administrativa. Indignados com os desmandos na Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), os principais jogadores do país resolveram montar um movimento por reformulação na modalidade. Envolvido em denúncias contra a sua administração, o antigo presidente da CBFS, Aécio de Borba Vasconcelos, renunciou ao cargo em 2014. Em seu lugar assumiu o ex-vice-presidente de competições Renan Tavares, que não ficou nem um ano à frente da entidade. Em março de 2015, o ex-presidente da Federação Mineira de Futsal, Marcos Madeira, foi eleito presidente da CBFS. 
Coletiva CBFS Falcão, Rodrigo, Tiago, Marcos Madeira (Foto: Marcos Guerra)Serginho Schiochet, Marcos Madeira, Falcão, Rodrigo e Tiago: momento de união (Foto: Marcos Guerra)
Madeira levou tempo até conquistar a confiança dos jogadores, que chegaram a realizar um boicote à seleção brasileira por conta de uma aliança política que levou o mineiro à presidência da entidade. Terminada a crise, as principais lideranças do futsal brasileiro se uniram em torno de uma causa: o octacampeonato mundial na Colômbia. Se enfrentou problemas como poucos jogos e raros testes de nível nos últimos quatro anos, a seleção brasileira chega para a Copa do Mundo motivada e unida pelas mudanças promovidas na gestão da modalidade nos últimos anos. 
SURGIMENTO DE UMA NOVA GERAÇÃO

Se os veteranos Falcão e Ari estão fazendo o seu último Mundial, uma nova geração começa a ser lapidada para substituir a base campeã mundial em 2008 e 2012. Dentre os convocados pelo técnico Serginho Schiochet para a Copa do Mundo da Colômbia, os alas Bateria, Jackson e Dyego e pivô Dieguinho terão a missão de fazer a transição para a equipe que disputará o Mundial 2020. Dentre os novatos, Bateria é o que mais se destaca. Revelado pelo Joinville, ele atua no futsal espanhol desde 2011, tendo passado pelo InterMovistar antes de chegar ao todo poderoso Barcelona.
Bateria seleção brasileira de futsal (Foto: Divulgação)Bateria é considerado o maior ícone da nova geração brasileira (Foto: Divulgação)
- Sempre foi um sonho estar na seleção brasileira e quando vi o meu nome na lista foi incrível, comecei a lembrar de tudo que passei na carreira, desde as categorias de base, até chegar aqui. Agora eu alcancei o sonho maior, ser convocado para o Mundial, mas espero dar o meu melhor e ajudar ao máximo a seleção brasileira. A gente sempre quer e pensa no próximo desafio - comentou o ala, que se chama Dione Alex Veroneze e ganhou apelido Bateria, já que o pai vendia baterias para carro na infância do jogador, em Santa Catarina.
O FATOR PREPARAÇÃO FÍSICA

Enquanto as seleções europeias estão no segundo mês da temporada, os brasileiros se encontram em condições físicas mais apuradas, uma vez que o calendário nacional se inicia em fevereiro. Até os atletas do Brasil que atuam no Velho Continente chegarão para o Mundial "voando", uma vez que a maioria não tirou férias pensando na Copa do Mundo da Colômbia. Para reforçar ainda mais a ênfase na preparação física, o elenco convocado para o Mundial realizou duas semanas de treinamento intenso em Francisco Beltrão, cidade do interior do Paraná.
Tiago seleção brasileira de futsal treino Mundial (Foto: Luis Domingues/CBFS)O goleiro Tiago aprimora a parte física durante a pré-temporada no Paraná (Foto: Luis Domingues/CBFS)
- A expectativa é grande para mais um Mundial. Treinamos muito, com um bom trabalho, e cada dia que passa aumenta a vontade de entrar em quadra e defender o Brasil em mais uma Copa do Mundo. Nosso grupo está num grande clima, unido, e seguindo com a cabeça no lugar para o mesmo objetivo: conquistar o título - afirmou o pivô Fernandinho.

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