Total de visualizações de página

domingo, 27 de abril de 2014

TORCEDOR DO FLAMENGO ENGOLE PINGENTE


Casos inusitados movimentam plantões em hospitais do Rio


G1 teve acesso a informações dos hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto.
Casos envolvem 'guarda-chuva espada' e objetos variados engolidos.

Paciente engole pingente (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)Paciente engoliu pingente, que foi parar no raio-X; G1 lista casos bizarros em hospitais do Rio (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)
Já imaginou uma briga de casal terminar com uma mulher usando um guarda-chuva como "espada"? Ou pessoas serem internadas com insetos, ímãs e dobradiças pelo corpo? As histórias soam bizarras para quem não trabalha na área médica, mas os casos são parte da rotina das emergências em hospitais públicos do Rio.

Quando você começa um plantão, você não sabe o que vai acontecer. Aparecem casos inusitados, ou melhor, aqueles que consideramos esdrúxulos"
No Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul da cidade, o diretor Luiz Alexandre Essinger afirma que os casos estranhos são frequentes. O estabelecimento atendeu 69.076 pacientes em 2013, sem contar internados e cirurgias -- 190 em média por dia.
Luiz Alexandre Essinger, diretor do Hospital Miguel Couto
“Quando você começa um plantão, você não sabe o que vai acontecer. Aparecem casos inusitados, ou melhor, aqueles que consideramos esdrúxulos”, relata.
Segundo ele, um paciente chegou à unidade, que fica numa área nobre da cidade, com uma mordida de porco. “O animal mordeu o braço do paciente e arrancou parte do tecido, que afetou a artéria e a veia do braço dele”, lembra.
Outra história é uma briga de casal. A mulher pegou o guarda-chuva para bater no marido que chegou bêbado e acabou enfiando no pescoço como se fosse uma espada. Essinger conta que o ferimento em cima da clavícula afetou uma artéria.
Ouriço-cacheiro cai de poste sobre mulher na Gávea; médicos tiraram mais de 200 espinhos (Foto: Reprodução/Jornal Extra)Ouriço-cacheiro cai de poste sobre mulher na Gávea
(Foto: Reprodução/Jornal Extra)
O caso do ouriço-cacheiro que caiu de um poste na cabeça de uma dona de casa virou notícia. O acidente com Sandra Nabuco, de 52 anos, aconteceu no início do ano, quando ela passeava com o cachorro na Avenida Marquês de São Vicente, na Gávea. Segundo o diretor do Hospital Miguel Couto, os médicos retiraram mais de 200 espinhos.
Ao receber alta após 15 dias, o operário Eduardo Leite, que teve o crânio perfurado por um vergalhão, disse que seu maior desejo é ver os filhos. (Foto: Reurodução/TV Globo)Eduardo Leite teve o crânio perfurado
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O hospital também atendeu o operário que teve a cabeça perfurada por um vergalhão de dois metros e sobreviveu. A barra de ferro caiu do quinto andar de um prédio que estava em construção e atingiu Eduardo Leite em 2012. Ele ficou 15 dias internado em recuperação (veja ao lado).
Formiga entra em ouvido de paciente (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)Formiga entra em ouvido de paciente
(Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)
Estranhices
Outros casos estranhos e até "nojentos" chegam às alas rotineiramente. Os acidentes acontecem com tanta frequência que o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, mantém um mural com os objetos.
O chefe do setor de otorrinolaringologia da unidade conta ao G1 que pelo menos 30 pessoas são atendidas por mês com insetos no ouvido.
“Os bichos entram geralmente quando as pessoas estão dormindo. Claro que eles provocam um grande incômodo. Se a pessoa quiser, ela pode matar o inseto e depois procurar o hospital, porque ele não oferece riscos sérios”, diz Walter Sedlacek Machado.
Pelo menos 30 pacientes são atendidos no Souza Aguiar com insetos no ouvido (Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)Barata no ouvido de paciente do Souza Aguiar
(Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde)
Machado conta ainda que já atendeu um paciente que engoliu as dobradiças do armário.
Segundo o especialista, baterias de aparelhos eletrônicos podem causar problemas. “Nós consideramos de grande urgência, porque a bateria pode soltar um produto químico que pode corroer o esôfago ou o nariz”, explica.
“Na semana passada uma mãe trouxe um bebê que tinha engolido um imã de geladeira em formato de coração. Algumas coisas não precisam ser retiradas com tanta urgência. Mas se estiver causando algum tipo de obstrução é melhor procurar um médico”, diz.
Outro perigo apontado pelo médico é o cerol, massa de vidro utilizada em pipas. Ele lembra o caso de um homem que caminhava no calçadão de Copacabana e teve o osso cortado. “O cerol é feito com caco de vidro e com a pressão da linha, ele corta muito”, alerta.
Os médicos também já atenderam ladrões que engoliram o produto do roubo. “Geralmente a polícia traz essas pessoas aqui, a gente dá um laxante e espera expelir. Depois entregamos para a polícia já limpinho”, brinca.
Alguns pacientes dão entrada com objetos no ânus. “Tem que gente que coloca desodorantes roll-on, pepino e até mandioca. Aí os médicos têm que anestesiar para poder retirar. Os pacientes ficam internados para o procedimento. Realmente perigoso, porque pode causar uma obstrução intestinal”, relata o médico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário