Com Marcelinho,
Rafa Luz e Olivinha inspirados, time vence por 100 a 66 e mantém
hegemonia com quinta taça do NBB, a quarta seguida. Torcida provoca o
Vasco
Por Marcello PiresRio de Janeiro
Um
é pouco, dois é bom, três é demais e quatro é Flamengo. Flamengo de
José Neto, de Marquinhos, de Olivinha, de Gegê, de Jerome Meyinsse.
Flamengo sem os argentinos Laprovittola e Herrmann, mas de Rafa Luz e
Jason Robinson. Flamengo sem Benite e Cristiano Felício, mas de JP
Batista, Ronald Ramon e Rafael Mineiro. Flamengo dos meninos Danielzinho
e Mingau. Um Flamengo desacreditado depois da traumática eliminação
para o mesmo Bauru no Final Four da Liga das Américas, mas jamais
abandonado pelos rubro-negros. Flamengo que foi Flamengo neste sábado e
levou 6.248 pagantes ao delírio na ensurdecedora Arena Carioca 2, no Rio
de Janeiro. Flamengo que derrotou de forma incontestável Bauru por 100 a
66 (39 a 32) na quinta partida das finais do NBB 8 - maior diferença de
pontos em uma final da competição. Flamengo cinco vezes campeão da
principal competição nacional do país, quatro delas de maneira
consecutiva. Flamengo de Marcelinho Machado, o dono do jogo com 26
pontos, o símbolo de um time que não se cansa de ganhar e o cara que
mudou a história do basquete rubro-negro.
-
Eu me sinto um privilegiado de poder estar vestindo essa camisa e aos
41 anos estar ajudando o Flamengo a conquistar um título mais uma vez.
Eu falei antes do jogo: precisávamos ter intensidade de final e
inteligência. Tivemos - comentou um emocionado Marcelinho, que
conquistou seu quinto título pelo clube e disse que pretende continuar
defendendo as cores rubro-negras.
O JOGO
Sem
o clima de guerra que foi criado depois da confusão envolvendo o
fisioterapeuta do Flamengo no jogo quatro da série, a decisão começou
tranquila. As provocações se limitavam apenas aos torcedores. Na quadra,
o Flamengo entrou determinado e rapidamente abriu 5 a 0, com uma bola
de três de Olivinha e uma enterrada de Meyinsse. Era a senha para
incendiar a torcida da casa. Mas Bauru não deixou que isso acontecesse.
Antes que os rubro-negros gostassem do jogo, a equipe paulista virou o
placar e esfriou a empolgação vinda das arquibancadas depois de uma
cravada de Alex que calou a Arena Carioca 2. Se Marquinhos e Ramon
erraram seus primeiros arremessos e pareciam não estar numa tarde tão
inspirada, Olivinha estava com as mãos quentes. Com 10 pontos, o
ala-pivô foi o o dono do quarto vencido pelo Flamengo por 21 a 17.
Marcelinho comanda a festa no pódio: jogador disse que pretende ficar mais uma temporada no Fla (Foto: André Durão)
Se
o começo do primeiro quarto do Flamengo foi bom, o do segundo então nem
se fala. Liderado por Marcelinho, que anotou uma bola de três na cara
de Alex, os donos da casa fizeram 9 a 3 e abriram uma diferença de 10
pontos. Demétrius parou o jogo, e pedido de tempo quebrou o ritmo dos
rubro-negros. Para piorar, os torcedores à beira da quadra provocaram o
camisa 10 do Bauru, após o ala reclamar de uma falta não marcada. O
Brabo não é de levar desaforos para casa e, com sete pontos seguidos,
cortou o prejuízo para dois pontos e recolocou a equipe paulista no
jogo. Só que do outro lado um velho conhecido dele também sempre aparece
nas horas difíceis. Com outra bola de três, Marcelinho tirou os donos
da casa do sufoco. Bauru reagiu novamente com Murilo e voltou a colocar
pressão. O jogo, que até então transcorria em banho maria, ficou tenso.
Destaque dos 10 minutos iniciais, Olivinha demorou para voltar, mas
quando voltou, resolveu de novo. Com outra bola de três, sua terceira em
cinco tentativas, o camisa 16 colocou os rubro-negros novamente sete
pontos à frente (39 a 32) antes do intervalo.
Meyinsse enterra logo no início do jogo: Fla mostrou força desde o começo (Foto: André Durão)
Não
era à toa que Marcelinho Machado era a principal preocupação de
Demétrius. Com três bolas de três, o capitão do Flamengo começou o
segundo tempo arrasador. Se a diferença de sete pontos no intervalo já
era confortável, quando pulou para 15, com apenas três minutos jogados
no segundo tempo, deixou o tetra bem mais perto. Mas os donos da casa
queriam mais. Com uma corrida de 16 a 4 até a metade do terceiro quarto,
a diferença pulou para 19, e a Arena Carioca 2 explodiu de vez. Bauru
era valente e não desistia, mas as bolas de três do Flamengo não paravam
de cair. Com duas seguidas de Rala Luz, a vantagem chegou a 20. Para
complicar ainda mais a vida do time paulista, Alex deixou a quadra
reclamando de dores na perna direita. O Flamengo não tinha nada com
isso, e passeava em quadra. Principalmente o armador convocado por Rubén
Magnano para a seleção brasileira. Com uma jogada de cesta e falta,
Rafa Luz fez mais três e aumentou a diferença para 22. Alex ainda
conseguiu voltar no finzinho do terceiro quarto, mas mal teve tempo de
impedir que o Flamengo mantivesse a larga vantagem.
Rafa Luz solta o grito: jogador foi um dos destaques do time, com passes e bolas de três (Foto: André Durão)
Assim
como no terceiro jogo da série, quando o Flamengo terminou o terceiro
quarto vencendo por 17 pontos, Bauru foi para o tudo ou nada e desandou a
chutar bolas de três. O problema é que o raio não costuma cair duas
vezes no mesmo lugar. Sem o mesmo aproveitamento daquele sábado, a caldo
entornou de vez. Para piorar, do lado rubro-negro as bolas não paravam
de cair, e a diferença só aumentava. Com 27 pontos de frente, a 5'36
para terminar o campeonato, a festa teve início na Arena Carioca 2 e não
tem hora e nem data para terminar. De quebra, a torcida do Flamengo
ainda provocou o rival e futuro adversário no NBB 9, Vasco da Gama, com a
mesma música cantada tantas vezes nas arquibancadas do Maracanã: "Ô
Bacalhau, pode esperar, a sua hora vai chegar!".
FLAMENGO:
Rafa Luz (11), Ronald Ramon (3), Marquinhos (2), Olivinha (22) e Jerome
Meyinsse (8): Entraram: Marcelinho (26), Gegê (5), Rafael Mineiro (2),
JP Batista (20) e Jason Robinson (1).
Técnico: José Neto
BAURU: Paulinho
Boracini (14), Alex (11), Robert Day (5), Jefferson (11) e Rafael
Hettesheimeir (8). Entraram: Wesley (0), Léo Meindl (7), Murilo (8) e
Gui Santos (2).
Técnico: Demétrius Ferraciú
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