Torcedor do River-PI, Francisco Antônio Lima assiste às partidas do clube em Teresina e no interior do Estado na companhia da bandeira e da bicicleta
Francisco Antônio Lima tem 38 anos e trabalha em um frigorífico no Centro de Teresina. Torcedor apaixonado do River-PI, o clube com maior números de títulos no Piauí, ele vem se transformando em um dos personagens mais curiosos do futebol no estado. Presença garantida no Estádio Lindolfo Monteiro, onde o Galo manda seus jogos no Campeonato Piauiense, Francisco chama atenção pela disposição que tem para acompanhar o time de coração fora da capital. Adepto do ecoturismo, ele acompanha o clube também nos jogos que acontecem nas cidades do interior.
Natural de Teresina, Francisco tem laços antigo com o clube do coração. O torcedor cresceu em uma casa em frente à antiga sede do clube. Da aproximação, não floresceu somente o seu amor pelo clube, mas também o do pai, da mãe e de toda a família. Esse amor também refletiu na nova geração da família Lima. Pai de Marbo, que tem apenas três anos, Francisco carrega o nome do filho escrito na bandeira tricolor representando suas maiores paixões.
Francisco Lima, porém, não pôde levar a bandeira no último jogodo River-PI contra o Barras, porque o seu cachorro a comeu (Foto: Náyra Macêdo/GLOBOESPORTE.COM)
Depois de viajar para Canoa Quebrada (CE), Quixadá, Lençóis Maranhenses (MA), Francisco Lima decidiu juntar duas paixões: seu amor pelo esporte e pelo River-PI. No Piauiense deste ano, o torcedor calibrou a bicicleta para acompanhar o Galo nos municípios de Floriano, Piripiri, Picos e Barras. Ao todo, foram quase 2 mil km rodadas sob duas rodas.
A última aventura de Francisco aconteceu há quase uma semana, quando ele deixou Teresina rumo a Barras, a 119 km ao norte da capital do Piauí. Para acompanhar a vitória do River-PI por 2 a 1 contra o Leão de Marathaoan, o torcedor encarou uma manhã pela estrada: saiu às 6h e chegou ao destino às 13h, duas horas antes do Galo entrar em campo.
Na última aventura, Francisco teve a ‘sorte’ de ver time vencer, mas nem sempre foi assim. Em algumas situações, ele fez o percurso de volta frustado por conta da derrota do seu time de coração.
- Para mim, é uma felicidade mesmo ganhando ou perdendo. A última vez que fui a Parnaíba perdemos por 3 a 1. Depois que acabou o jogo, aproveitei para conhecer a cidade – diz Francisco.
Francisco Antônio Lima torcedor do River-PI
Pedalando pelo interior
Foi nas pedaladas pelo interior que Francisco Antônio ficou marcado por jogos, gols e histórias que não saem da memória. Os jogos inesquecíveis têm dada, local e detalhes vivos na sua mente.
- Foi o jogo que o River-PI surpreendeu lá em Bacabal (MA) quando vencemos o Botafogo por 2 a1, em 2008, o jogo era válido pela Copa do Brasil . O outro que me marcou não lembro quando foi, nem contra quem foi, mas a gente (o River-PI) estava perdendo por 1 a 0 e o Lira virou. Nunca vou esquecer a atuação dele – relembra Francisco.
Mas não é só de lembranças boas que vive o torcedor. Nas andanças pelo Piauí, outro episódio também marcou.
- Na minha viagem a Piripiri, fui surpreendido pelos torcedores de lá, que me viram na praça da cidade todo vestido de riverino e resolveram ‘partir para cima de mim’. Mas eles viram a minha bicicleta e perguntaram se eu fui de Teresina para lá pedalando, falei que sim e eles deixaram para lá – conta com certa felicidade.
Nada de organizada
Torcendo ao seu modo, Francisco Lima nunca quis fazer parte da torcida organizada do clube, que é a maior do Piauí. Embora admire algumas atitudes, o torcedor discorda em alguns pontos.
- Há algumas atitudes que não concordo, como as músicas que incentivam a violência, que insultam outras pessoas. Mas admiro muito o apoio que eles dão, por que é o jogo todo... O último Rivengo foi uma coisa que nunca vi na minha vida! – relata.
Francisco Antônio Lima torce somente para o River-PI (Foto: Náyra Macêdo/GLOBOESPORTE.COM)
Diferente de muitos torcedores e amantes dos clubes piauienses, Francisco Lima revela o que lhe motiva a ir a todos os estádios, encarar estradas e, mesmo ganhando ou perdendo, manter o carinho pelo clube há 36 anos.
- Não torço por nenhum time de fora, não sinto emoção por nenhum outro time, só pelo River-PI – finaliza Francisco.
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