Delegada diz que foi aberto inquérito para apurar caso de racismo, em GO.
Lista avalia beleza, cor da pele e estado civil das participantes do InterUFG.

De acordo com a delegada Laura de Castro Teixeira, que realizou o procedimento, inicialmente, será apurado o crime de racismo, previsto no Artigo 20 da Lei 7716/89, uma vez que na lista há citações como "mulher pretinha" e "preta feia". A pena, em caso de condenação, é de 1 a 3 anos de prisão.
"No crime de racismo não há uma vítima predeterminada. Nesse caso, ofende-se a toda população afrodescendente. O crime de injúria é diferente, de foro íntimo. Para que haja uma investigação, a pessoa que se sentir ofendida precisa fazer a denúncia", disse ao G1.
Chamado “Regulamento InterUFG 2016", o ranking que circula nas redes sociais dá a maior pontuação para quem tiver relações sexuais. Se a mulher for casada, o homem acumula 10 pontos. Se ela for “gostosa e gata”, ganha 8 pontos. Se a mulher for “pretinha bonitinha”, recebe 2 pontos. O estudante perde um ponto se beijar uma “mulher gorda” ou “preta e feia”.
Ele ainda perde 0,5 ponto a cada meia hora que ficar com a mesma pessoa, o que chamam de ficar “casado” na festa. Se beijar travesti é “eliminado da competição".
A delegada afirma que a intenção é localizar quem confeccionou a lista bem como quem a divulgou de forma deliberada na web. "É fácil saber quem agiu com dolo nesse sentido, quem tinha a real distribuição de liberar a lista. Aqueles que atuaram sem saber realmente o conteúdo do material ficam excluídos da apuração", explica.
O InterUFG começou na quarta-feira e segue até o próximo domingo (29), em Goiânia. Durante as tardes, são realizados os jogos esportivos e, à noite, festas open bar.
Repúdio
Internautas repudiaram o regulamento. Eles discutiram sobre o assunto na web.
Em uma nota publicada nas redes sociais, a organização do evento declarou que não apoia e repudia “todo e qualquer esquema de pontuação de conotação sexual divulgado em redes sociais”. A mensagem ainda diz que 10ª Edição do Inter UFG “prezará pelo bem estar, segurança, diversão e, acima de tudo, o respeito”.
A assessoria de imprensa da UFG destaca que o evento não é organizado pela instituição, mas por estudantes da universidade. A instituição ainda informa que “não compactua com qualquer manifestação de preconceito e violência de gênero”.
“A UFG atua em prol da garantia dos direitos que promovam a pluralidade de ideias e o fortalecimento de uma política universitária comprometida com o respeito às diferenças e para a superação de quaisquer manifestações que ferem os direitos humanos”, diz a nota.
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