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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

BRUNO SERÁ JULGADO EM PELO MENOS 4 ANOS.


Bruno será julgado em, no mínimo, quatro anos, diz seu advogado

Um ano após o desaparecimento de Eliza, defensores dos envolvidos querem levar caso para o Supremo e até mesmo anular o processo


A avaliação é do advogado Frederico Franco Orzil, que consta como advogado de cinco dos envolvidos no caso: Bruno; o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão; a esposa de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza; o amigo de Bruno, Wemerson Marques de Souza ; além do caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vitor da Silva. Inquérito da polícia concluiu que Eliza foi sequestrada e morta. Seu corpo, segundo o inquérito, foi escondido e até hoje não foi localizado.

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 26 anos, por suposto envolvimento no desaparecimento da ex-amante Eliza Samudio, deve demorar quatro anos. Hoje, Bruno está preso em Contagem e leva vida de celebridade no presídio.

“O processo está no Tribunal de Justiça, e cabe recurso. Acredito que em setembro teremos o julgamento de recurso. Depois, pode ter mais recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Então calculo o mínimo de quatro anos para o julgamento. O julgamento deve acontecer em cinco ou seis anos, se ninguém desistir de recursos. Acompanho vários casos, mas dou atenção especial ao caso do Elenilson. É uma loucura manter estas pessoas presas”, explicou o advogado, citando o caso de Pimenta Neves, que aguardou em liberdade por uma década o esgotamento de todos os recursos por matar a ex-namorada Sandra Gomide.
Os envolvidos no desaparecimento de Eliza Samudio se dividem em dois grupos: os que estão presos e os que respondem ao processo em liberdade. Entre os crimes apontados pela polícia estão homicídio, sequestro e ocultação de cadáver. Estão presos Bruno, Macarrão, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e o primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales.

Se Eliza estiver morta, não necessariamente foram eles. Ela (Eliza) se envolvia com todo tipo de pessoa. Talvez uma pessoa inteligente e fria tenha usado o envolvimento dela com o Bruno”
No grupo de pessoas em liberdade estão Dayanne, Fernanda Gomes de Castro (ex-namorada de Bruno), Elenilson (caseiro) e Wemerson (amigo de Bruno). O adolescente J., que revelou o suposto assassinato e que teria agredido Eliza, cumpre medida socioeducativa em instituição para menores.
As linhas da defesa
Advogados que acompanham vários réus, como Orzil, dizem que existe uma linha de defesa semelhante para um grupo de envolvidos: não foram eles e não há provas de que Eliza está morta. A defesa da ex-namorada de Bruno, Fernanda, também é sintonizada com o grupo que defende Bruno, conta a advogada Carla Silene Cardoso. “Estamos serenos. Por ora, todos os acusados estão juntos”, avalia a advogada.
Um dos advogados de Macarrão, Wasley César Vasconcelos, acredita que o período mínimo para julgamento do caso Eliza é de dois anos. “Se Eliza estiver morta, não necessariamente foram eles. Ela (Eliza) se envolvia com todo tipo de pessoa. Talvez uma pessoa inteligente e fria tenha usado o envolvimento dela com o Bruno”, diz Vasconcelos, ressaltando que nem todos advogados de envolvidos no caso estão em sintonia.
Defesas mais pessoais podem ser percebidas nos casos do primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, e do ex-policial Marcos Aparecido de Oliveira, o Bola, apontado pela polícia de ser o executor de Eliza. O advogado do primo de Bruno, Marco Antonio Siqueira, diz que seu cliente trabalha e estuda na Dutra Ladeira, penitenciária em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte. “Eu quero jogá-lo no grupo de baixo, dos que estão soltos. Ele foi envolvido no caso pelo menor, J., que depois mudou seu depoimento”, alega Oliveira.
O advogado também acredita na possibilidade de o processo ser anulado e, com isso, os envolvidos presos serem soltos. Caso o isso aconteça, o julgamento deve demorar ainda mais. O argumento para anular o processo é de que a juíza que levou os réus a juri popular, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, passou a ser vítima no processo, e não teria condições de conduzir o caso. A magistrada estaria sendo ameaçada de morte por Bola. A defesa do ex-policial nega.
Zanone Manuel de Oliveira, a advogado de Bola, acredita que se o processo for anulados, os envolvidos presos serão soltos. No caso de soltura dos envolvidos, é unanimidade entre advogados do caso de que o processo pode demorar mais ainda. Quando réus estão presos, a tendência é de um julgamento mais rápido.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que até o dia 23 de maio de 2011 havia 58 pedidos de habeas corpus para os envolvidos no desaparecimento de Eliza Samudio. O primeiro pedido de habeas corpus foi para Bruno Fernandes das Dores de Souza, no dia 15 de julho de 2010. O pedido foi feito pelos advogados Ércio Quaresma Firpe, afastado do caso por dependência de drogas.
Entenda o processo judicial
A juíza do caso, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, determinou, em 17 de dezembro do ano passado, que os réus sejam levados a juri popular pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. De acordo com o tribunal mineiro, houve até agora 16 audiências sobre o caso em Belo Horizonte e cidades da região metropolitana da capital: Contagem, Ribeirão das Neves e Vespasiano. Em todas estas cidades há indícios da prática de crimes envolvendo Eliza e seu filho, Bruninho.
O processo está agora em fase de recurso de sentido estrito, que é uma tentativa de impugnação contra decisão de primeiro grau, ou seja, o despacho da juíza Marixa levando os réus a juri popular por diversos crimes. No dia 12 de maio de 2011, todas as partes envolvidas no processo entraram com recurso contra a sentença da juíza Marixa e o tribunal não tem previsão de quando os recursos serão apreciados. O julgamento dos réus apenas será marcado após a apreciação de recursos.

Presos querem que Macarrão assuma culpa e hostilizam amigo de Bruno

Ex-braço direito do goleiro do Flamengo, ele foi transferido para a ala onde ficam os estupradores. "Presos são fãs de Bruno", diz advogado



Foto: AEAmpliar
Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo do goleiro Bruno
Ex-braço direito do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes das Dores de Souza, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, 25 anos, está há duas semanas isolado no pavilhão cinco da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte.
Parentes de detentos da penitenciária relataram à reportagem do iG que Macarrão vem sendo maltratado por outros detentos porque, segundo a avaliação dos presos, ele deveria assumir toda e qualquer responsabilidade no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, independentemente de estar ou não envolvido no caso. Muitos dos detentos são fãs de Bruno.
“Ninguém quer aceitar o Macarrão no próprio pavilhão porque ele deveria livrar o Bruno desta história. O Bruno é um ídolo para presos e agentes penitenciários. Os presos entendem que o Macarrão destruiu a carreira do Bruno”, contou a esposa de um detento do pavilhão quatro, onde hoje está o goleiro Bruno.

O problema é que os presos às vezes têm um ídolo e o Bruno é um ídolo para eles. Os presos acham que o Macarrão, mesmo não tendo culpa, deveria ter segurado tudo", conta advogado
Macarrão foi denunciado pela promotoria do caso por envolvimento direto no assassinato de Eliza. O advogado dele, Wasley César Vasconcelos, confirma que o cliente passa por dificuldades de relacionamento na cadeia.
“O problema é que os presos às vezes têm um ídolo e o Bruno é um ídolo para eles. Os presos acham que o Macarrão, mesmo não tendo culpa, deveria ter segurado tudo”, conta o advogado. Entre os detentos que cumprem pena no pavilhão de Macarrão está Marcos Trigueiro. Conhecido como “Maníaco do Industrial”, Trigueiro foi denunciado como serial killer de mulheres. Ele foi condenado a mais de 30 anos por estupro e homicídio em apenas um dos quatro casos pelo qual foi acusado.
“Colocaram ele no pavilhão de detentos que praticaram crime sexual. A lei de execução penal proíbe esta mistura de presos e eu já fiz um requerimento para mudá-lo de pavilhão”, conta o advogado. Enquanto estiveram juntos na mesma cela, Bruno e Macarrão mantiveram um bom relacionamento, informou também o advogado. Macarrão foi isolado para a ala de criminosos sexuais há cerca de duas semanas e tem contato com colegas de pavilhão durante duas horas de banho de sol diárias.
Macarrão tem recebido a visita da mulher e das filhas, além do avô. A família dele mora em Pitangui, a 153 quilômetros de Belo Horizonte. Os pais já estiveram no presídio várias vezes, levando mantimentos. A mãe, segundo contaram parentes de detentos, sempre frequentava o presídio no dia de visitas, permitidas uma vez por semana. Ela estaria deprimida pela situação do filho e chegou a chorar em uma das visitas, mas ultimamente afastou-se do filho.
 A mãe de Macarrão, segundo apurou o iG, deixou de visitá-lo há um mês porque teria se desentendido com a esposa do filho. “A mãe dele chegou para a visita e estava a mulher a a filha de três anos. Mas só podem entrar duas pessoas. Contaram a criança como uma visita. Como ele escolheu receber a visita da mulher e da filha, a mãe ficou chateada, jogou a comida no chão e nunca mais voltou”, contou um agente penitenciário.

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