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domingo, 16 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DO ESPORTE


MINISTRO DO ESPORTE SE DIZ "CHOCADO" COM ACUSAÇÃO DE DESVIO DE RECURSOS FEDERAIS

O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), negou as acusações publicadas pela revista “Veja”, de que recebeu propina na garagem da pasta, em Brasília. A publicação diz que o policial militar João Dias Ferreira, preso sob a acusação de integrar um esquema de desvios do programa Segundo Tempo, acusou o comunista de ser o “gerente” das supostas irregularidades.


Silva, principal coordenador da preparação brasileira para a Copa do Mundo de 2014, afirmou que vai processar o policial. “Confesso que eu estou chocado. (...) Estou estupefato, perplexo. Um bandido fala e eu que tenho que provar que não fiz, meu Deus?”, completou.


Ligado ao Ministério do Esporte, o Segundo Tempo financia a compra de materiais e a alimentação de crianças carentes que participam de projetos ligados à prática esportiva. O programa possui parcerias com prefeituras, governos estaduais e ONGs, que seriam o alvo dos desvios. 


De acordo com a “Veja”, o policial disse que as entidades sem fins lucrativos só recebiam recursos do Segundo Tempo depois de pagar uma taxa, que podia ser de até 20% do montante do convênio. O dinheiro iria tanto para o chefe da pasta quanto para dirigentes do PCdoB, para caixa dois. 


Em 2008, Silva teria recebido propina do motorista do policial preso, atualmente empresário, na garagem do ministério. “Eu recolhi o dinheiro com representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba do Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de papelão. Eram maços de notas de 50 e 100 reais”, diz um trecho da entrevista.


A assessoria do partido prometeu divulgar seu posicionamento sobre as acusações. O governo Dilma Rousseff, que tenta se afastar da marca da “faxina”, já teve cinco mudanças ministeriais.  


EX-MILITANTE CHAMA ORLANDO SILVA DE “BANDIDO’ E MANDA PCDOB FICAR CALADO SOBRE DENÚNCIAS

Brasília – O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal que acusou o ministro dos Esportes, Orlando Silva, de participar de desvios de recursos do ministério, chamou-o neste domingo (16) de “bandido”, em mensagem postada em seu blog na internet. João Dias Ferreira disse que tem como provar as acusações que fez à revista “Veja”. “O que falei pra revista está devidamente gravado e será apresentado às autoridades competentes.”
                  Denúncias de corrupção contra ministro Orlando Silva são antigas
Numa mensagem dirigida ao ministro, Ferreira afirmou: “Você está equivocado, eu não sou bandido, bandido é você e sua quadrilha que faz e refaz qualquer processo do ministério de acordo com sua conveniência e você sabe muito bem disso!”
O soldado da PM, que em 2006 foi candidato derrotado a deputado distrital pelo PCdoB em Brasília, também fez uma ameaça à direção nacional do partido, que ontem soltou uma nota em apoio ao ministro. “Sugestão: era bom o PC do B nacional ficar calado antes de sair em defesa do Orlando sumariamente.”
Leia também: Dilma pede ao ministro do Esporte que ‘se explique’

Em entrevista publicada ontem pela “Veja”, o soldado Ferreira afirma que Orlando Silva tinha participação direta num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que distribui recursos a ONGs para projetos de incentivo à prática de esportes por jovens.
Ferreira citou como suposta testemunha das irregularidades um funcionário de sua rede de academias de ginástica, Célio Soares Pereira. Ele afirmou à “Veja” ter entregue dinheiro ao próprio ministro na garagem do ministério, em Brasília, no final de 2008.
Localizado ontem pela Folha, Pereira confirmou o teor das suas declarações à revista, mas preferiu não conceder entrevista. Procurado desde ontem à tarde pela reportagem, Ferreira não foi localizado.
Ferreira foi preso em 2010 pela Polícia Civil do DF sob suspeita de envolvimento no desvio de recursos do mesmo programa. Segundo nota divulgada ontem pelo ministro para se defender do conteúdo da reportagem da “Veja”, atualmente o ministério “exige a devolução de R$ 3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje”.
Ferreira presidia uma entidade de kung fu que recebeu recursos do ministério nas gestões de Agnelo Queiroz, hoje governador do DF, e Orlando Silva.
Na manhã deste domingo, Ferreira também afirmou em seu blog ter sido procurado na última sexta-feira, um dia antes da publicação da reportagem em “Veja”, pelo secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do ministério, Ricardo Leyser Gonçalves.
“E se tu [Orlando] não deves nada, porque [sic] mandou seu secretário nacional Ricardo Leiser [Leyser] tentar me localizar na sexta-feira, quando soube da matéria, o que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?”
Leyser rebateu a denúncia de Ferreira e afirmou à Folha, por telefone, que viajou na quarta-feira para Guadalajara, no México, onde ocorrem os Jogos Pan-Americanos. “Em primeiro lugar que eu não estava lá [em Brasília], então não poderia ter ido procurá-lo. E depois que eu nem sei quem ele é, não sei como achá-lo, nunca tive contato com ele”, disse. 
Leyser também disse que nunca atuou em nenhum contrato ligado às entidade de Ferreira. “Alguma coisa está errada. Assim como em relação às denúncias, ele não tem nenhuma prova que eu o procurei. Se ele diz a verdade, então poderia mostrar os registros que recebeu uma ligação internacional”.
Ferreira não explicou, em seu blog, como teria sido a suposta tentativa de localizá-lo, se por telefone ou pessoalmente. Numa outra mensagem postada neste domingo no blog, Ferreira insinuou que novas denúncias poderão vir a público. “Não sei por que tanta gente aflita, desesperada, ‘as coisas’ nem começaram ainda!”, escreveu o soldado.
Em fevereiro O Estado de S. Paulo revelou, em uma série de reportagens, que o Segundo Tempo se transformou em um instrumento financeiro do PCdoB, partido de Orlando Silva. Sem licitação, o ministro entregou o programa a entidades ligadas ao partido, cujos contratos com essas ONGs somaram R$ 30 milhões só em 2010.
Outro lado
O ministro classificou as acusações de que comanda um esquema de desvios na pasta como uma “trama farsesca”. “Estou sereno, mas indignado diante de tamanha agressividade”, disse em entrevista coletiva no início da tarde deste sábado (15), em Guadalajara, onde acompanha os Jogos Pan-Americanos.
Orlando Silva afirmou que já acionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.

FONTE: POP.COM.BR


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